quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016


Minha história.


Eu me casei com 18 anos, já não me considerava mais uma adolescente. Hoje eu vejo a maioria das meninas de 18 anos e pra mim são tão novinhas e sem nenhuma condição de casamento. Acredito que como as coisas vão mudando no decorrer do tempo, a escolha da sociedade, a prioridade, vai mudando, e o tipo de maturidade também.
Eu comecei a orar muito novinha pelo meu casamento, a exemplo de uma amiga da minha mãe, comecei a orar com apenas 12 anos de idade, não que eu quisesse me casar cedo, mas porque eu já tinha consciência de que casamento era algo sério e que poderia trazer benção ou maldição para a vida das pessoas. Eu comecei a namorar muito cedo, mas sempre orava para que Deus tirasse da minha vida se não fosse pra casar. Com 16 anos meu pai resolveu que deveríamos nos mudar para Corumbá, uma linda cidade em Mato Grosso do Sul.  Ao chegarmos lá eu tive uma crise de rebeldia que meu pai se lembra até hoje ( já pedi perdão papai... ;) ). Acho que foi a maior da minha vida, falei palavras que não deveria  porque eu não entendia ainda que os planos de Deus são muito melhores que os nossos.  “Porque sou eu que conheço os planos que tenho para vocês", diz o Senhor, "planos de fazê-los prosperar e não de lhes causar dano, planos de dar-lhes esperança e um futuro.” Jeremias 29:11 . Não demorou muito tempo e eu conheci meu grande amor, ele também era novo, apenas 18. Tinha acabado de se mudar para Corumbá para servir a Marinha do Brasil. Ele também orava por uma boa esposa desde novo. Como ele se sentia muito só, resolvemos nos casar cedo, e lá se vão 20 anos... Meus pais nunca se opuseram, além das nossas orações, acho que tivemos um time muito bom de família e amigos trabalhando conosco durante todos esses anos, isso faz diferença.
Com 20 anos tive  meu primeiro filho, Leonardo, com 24 anos tive a Ana Beatriz, nossa tão sonhada menina. Resolvemos então que nossa família estava completa. Mas novamente Deus não tinha planejado da mesma forma. E eu  até hoje dou liberdade a Deus para mudar meus planos como e quando Ele quiser. Aos 30 anos eu tive a Ana Luiza, nossa caçulinha.
Olhando para nossos filhos hoje eu vejo como é mais fácil cuidar e educar enquanto são menores. Enquanto podemos escolher o que vão vestir e obrigar a dormir a tarde. Eu e Max criamos muitas estratégias  de alimentação pra Bia que nunca gostou muito de comer, aprendemos a nos divertir mesmo quando o dinheiro era curto. Eu bordei uma jaqueta jeans do Leo para a Bia usar e ela amou... que tempo bommmmm. Eu sempre achei que era ótima mãe, que meus filhos nunca iriam querer outra. Até que... até que eles cresceram e se tornaram adolescentes. Kkkk
Hoje eu posso dizer aquela frase famosa... Você só entende seus pais quando  for pai ou mãe. Não estou reclamando, amo meus filhos em qualquer fase de suas vidas, mas assim  como dizem que quando nasce um filho nasce também uma mãe, quando uma criança vira adolescente, uma mãe também precisa mudar e virar mãe de adolescente. E essa adaptação também não é fácil.
No meu caso foi  complicado e ainda tento me ajustar, meus filhos são muito diferentes, seus gostos são quase opostos e suas características também.  Eu  acho muito interessante quando percebo que cada um herdou características minhas e do Max porém com combinações diferentes.
Na minha opinião Leonardo é cauteloso como eu, pouco ousado, não gosta de sair da zona de conforto. Se deixar ele não sai quase do quarto, mas ama se encontrar com amigos, e tem muitos, de diferentes lugares. Se preocupa com a opinião dos outros até certo ponto, nesses aspectos, muito parecido comigo, porém, é indeciso como o pai, gesticula, anda e fala muito parecido com o Max. Tem um controle muito sábio com dinheiro, essa última característica eu desenvolvi muito tarde, então com certeza puxou ao pai que sempre foi assim.
Minha visão da Ana Beatriz é a seguinte, ela é extrovertida e alegre, assim como eu, é amiga pra todas as horas, mas não retém a língua se precisar falar umas verdades, será que puxou a mim? kkkk com certeza. A Bia se expõe demais, não tem problemas em falar da sua prórpia vida, essa é uma característica minha que tento trabalhar a anos e quando acho que estou um pouco melhor, vem a Bia exatamente da mesma forma. Aprendi muito sobre mim mesma com ela. Mas se tem uma coisa que eu admiro na neguinha é sua ousadia, confesso que isso já me tirou do sério algumas vezes, algumas muitas vezes, kkk, mas essa característica  a torna independente e muito ágil, prática demais e se eu não me engano, a Bia nem sabe o que é zona de conforto... isso me lembra alguém, quem, quem? Max, eles tem uma característica muito útil, fácil adaptação.
O que dizer da Ana Luiza? Posso esperar mais alguns anos pra responder? Eu diria que a pequenininha ainda está testando. Mas definitivamente  ela não é a cópia nem do Leo e nem da Bia.
Quantas vezes eu já acertei e quantas vezes eu já errei. Sou muito dramática, eu tenho consciência que já exagerei em muitas situações. Na maioria das vezes a Bia entra na minha, mas o Leo e o Max param e ficam só me olhando até eu me acalmar. Mas todas as vezes  minha intenção é acertar, é sempre a melhor possível.
"E ele converterá o coração dos pais aos filhos, e o coração dos filhos a seus pais;”
Nessa luta diária de  acertar e errar eu tento seguir o que diz em Malaquias, tento converter meu coração a eles todo o tempo.  As vezes me lembro da minha adolescência e de  como eu era, procurando semelhanças, as vezes encontro. Tento me colocar no lugar deles, nem sempre consigo pois me lembro de que sou mãe...
Meu nome é Mara Lilia, muito prazer, eu tenho filhos adolescentes, eu sou uma mãe em construção...



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