Minha história.
Eu me casei com 18 anos, já não me considerava mais uma adolescente. Hoje
eu vejo a maioria das meninas de 18 anos e pra mim são tão novinhas e sem
nenhuma condição de casamento. Acredito que como as coisas vão mudando no
decorrer do tempo, a escolha da sociedade, a prioridade, vai mudando, e o tipo
de maturidade também.
Eu comecei a orar muito novinha pelo meu casamento, a exemplo de uma amiga
da minha mãe, comecei a orar com apenas 12 anos de idade, não que eu quisesse
me casar cedo, mas porque eu já tinha consciência de que casamento era algo sério e que poderia
trazer benção ou maldição para a vida das pessoas. Eu comecei a namorar muito
cedo, mas sempre orava para que Deus tirasse da minha vida se não fosse pra
casar. Com 16 anos meu pai resolveu que deveríamos nos mudar para Corumbá, uma
linda cidade em Mato Grosso do Sul. Ao
chegarmos lá eu tive uma crise de rebeldia que meu pai se lembra até hoje ( já
pedi perdão papai... ;) ). Acho que foi a maior da minha vida, falei palavras
que não deveria porque eu não entendia
ainda que os planos de Deus são muito melhores que os nossos. “Porque sou eu que conheço
os planos que tenho para vocês", diz o Senhor, "planos de fazê-los
prosperar e não de lhes causar dano, planos de dar-lhes esperança e um futuro.”
Jeremias 29:11 . Não demorou muito tempo e eu conheci meu grande amor, ele também era
novo, apenas 18. Tinha acabado de se mudar para Corumbá para servir a Marinha
do Brasil. Ele também orava por uma boa esposa desde novo. Como ele se sentia
muito só, resolvemos nos casar cedo, e lá se vão 20 anos... Meus pais nunca se
opuseram, além das nossas orações, acho que tivemos um time muito bom de
família e amigos trabalhando conosco durante todos esses anos, isso faz
diferença.
Com 20 anos tive meu primeiro filho,
Leonardo, com 24 anos tive a Ana Beatriz, nossa tão sonhada menina. Resolvemos
então que nossa família estava completa. Mas novamente Deus não tinha planejado
da mesma forma. E eu até hoje dou
liberdade a Deus para mudar meus planos como e quando Ele quiser. Aos 30 anos
eu tive a Ana Luiza, nossa caçulinha.
Olhando para nossos filhos hoje eu vejo como é mais fácil cuidar e educar enquanto
são menores. Enquanto podemos escolher o que vão vestir e obrigar a dormir a
tarde. Eu e Max criamos muitas estratégias
de alimentação pra Bia que nunca gostou muito de comer, aprendemos a nos
divertir mesmo quando o dinheiro era curto. Eu bordei uma jaqueta jeans do Leo
para a Bia usar e ela amou... que tempo bommmmm. Eu sempre achei que era ótima
mãe, que meus filhos nunca iriam querer outra. Até que... até que eles cresceram
e se tornaram adolescentes. Kkkk
Hoje eu posso dizer aquela frase famosa... Você só entende seus pais
quando for pai ou mãe. Não estou
reclamando, amo meus filhos em qualquer fase de suas vidas, mas assim como dizem que quando nasce um filho nasce também
uma mãe, quando uma criança vira adolescente, uma mãe também precisa mudar e
virar mãe de adolescente. E essa adaptação também não é fácil.
No meu caso foi complicado e ainda
tento me ajustar, meus filhos são muito diferentes, seus gostos são quase
opostos e suas características também. Eu acho
muito interessante quando percebo que cada um herdou características minhas e
do Max porém com combinações diferentes.
Na minha opinião Leonardo é cauteloso como eu, pouco ousado, não gosta de
sair da zona de conforto. Se deixar ele não sai quase do quarto, mas ama se
encontrar com amigos, e tem muitos, de diferentes lugares. Se preocupa com a
opinião dos outros até certo ponto, nesses aspectos, muito parecido comigo,
porém, é indeciso como o pai, gesticula, anda e fala muito parecido com o Max.
Tem um controle muito sábio com dinheiro, essa última característica eu desenvolvi
muito tarde, então com certeza puxou ao pai que sempre foi assim.
Minha visão da Ana Beatriz é a seguinte, ela é extrovertida e alegre, assim
como eu, é amiga pra todas as horas, mas não retém a língua se precisar falar
umas verdades, será que puxou a mim? kkkk com certeza. A Bia se expõe demais,
não tem problemas em falar da sua prórpia vida, essa é uma característica minha
que tento trabalhar a anos e quando acho que estou um pouco melhor, vem a Bia
exatamente da mesma forma. Aprendi muito sobre mim mesma com ela. Mas se tem
uma coisa que eu admiro na neguinha é sua ousadia, confesso que isso já me
tirou do sério algumas vezes, algumas muitas vezes, kkk, mas essa característica
a torna independente e muito ágil,
prática demais e se eu não me engano, a Bia nem sabe o que é zona de
conforto... isso me lembra alguém, quem, quem? Max, eles tem uma característica
muito útil, fácil adaptação.
O que dizer da Ana Luiza? Posso esperar mais alguns anos pra responder? Eu
diria que a pequenininha ainda está testando. Mas definitivamente ela não é a cópia nem do Leo e nem da Bia.
Quantas vezes eu já acertei e quantas vezes eu já errei. Sou muito
dramática, eu tenho consciência que já exagerei em muitas situações. Na maioria
das vezes a Bia entra na minha, mas o Leo e o Max param e ficam só me olhando
até eu me acalmar. Mas todas as vezes
minha intenção é acertar, é sempre a melhor possível.
"E ele converterá o coração dos pais aos
filhos, e o coração dos filhos a seus pais;”
Nessa luta diária de acertar e errar
eu tento seguir o que diz em Malaquias, tento converter meu coração a eles todo
o tempo. As vezes me lembro da minha
adolescência e de como eu era,
procurando semelhanças, as vezes encontro. Tento me colocar no lugar deles, nem
sempre consigo pois me lembro de que sou mãe...
Meu nome é Mara Lilia, muito prazer, eu tenho filhos adolescentes, eu sou
uma mãe em construção...
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